Essa semana, no dia 26 de agosto, foi comemorado o Dia Internacional da Igualdade Feminina. A data foi escolhida para celebrar as conquistas das mulheres na sociedade em alusão à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento que foi escrito durante a revolução francesa, o qual dava luz ao famoso lema “liberdade, igualdade e fraternidade”.
A partir desse momento histórico, a luta das mulheres por igualdade de gênero começou a se fortalecer, mesmo que aos poucos. As mulheres só conquistaram o direito ao voto, o acesso à educação e condições de trabalho favoráveis no século XX.
O número de mulheres empregadas passou de 2,8 milhões para 22,8 milhões, em 1940, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Infelizmente a situação ainda não está equilibrada: até hoje há empresas que pagam menos para mulheres, mesmo que executem a mesma função que um homem. Outro ponto extremamente importante é a violência contra a mulher, seja física ou mental.
Se perguntarmos a uma mulher se ela se sente segura ao sair de casa, principalmente à noite, a resposta provavelmente será NÃO. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 503 brasileiras são vítimas de agressões físicas a cada hora.
Fizemos um ensaio fotográfico para representar a data e mostrar a importância de falar constantemente sobre a luta pela igualdade feminina. O foco foi ouvir mulheres em diversos ambientes, com profissões diferentes, contando histórias que já vivenciaram pelo fato de SER MULHER.
Isabela Almeida, 22 anos, é estudante do curso de Jornalismo da Unesp Bauru e já passou por diversas situações desconfortáveis, e conta: “Duas situações me deixaram bem mal. A primeira é uma coisa que dificilmente um homem vai passar, que é quando você está andando na rua e os caras começam a mexer com você.”
Ela continua: “Eu estava saindo de uma consulta, quando virei a esquina, do nada um cara de moto começou a buzinar e tentar falar comigo, chamando atenção. Quando eu percebi, fiquei muito incomodada e tive uma crise de pânico.”
Isabela conta outra situação ainda pior: “Quando eu estava indo na casa de uma amiga, encontrei um cara se masturbando num carro à luz do dia, e eu tive outra crise de pânico. Foi horrível. Nenhum homem vai passar por isso. E mulher passa muito por isso, seja por um assobio, um olhar e objetificação do seu corpo.”
Angela Grossi, é coordenadora do curso de Jornalismo da Unesp Bauru, e conta “Eu nasci no Paraná, morava num sítio, e comecei a trabalhar cedo. Depois meus pais resolveram mudar para Sorocaba e lembro que o senhor onde eu trabalhava antes perguntou pra mim: “O que você vai fazer lá? Cortar cana?” Esse fato vai sempre me marcar. As pessoas acham que você não tem competência por ser mulher.“
Infelizmente, as mulheres ainda passam por situações muito complicadas, e muitas vezes quando tentam relatar alguma agressão, não são ouvidas. Juliana de Almeida, é estudante de jornalismo da Unesp Bauru e já passou por uma situação assim: “No início da graduação, eu fui assaltada quando estava voltando para casa e quando chamei a polícia tive que ouvir “mas por que uma mulher estava andando sozinha à noite?” Me senti completamente insegura, porque até quem deveria me ajudar, me culpava por ser mulher.”
Mesmo com toda a modernidade e avanços, ainda vivemos em um tempo onde as mulheres sofrem, são vistas como culpadas e quando procuram por ajuda, são julgadas. Lutar pela igualdade feminina é algo que precisamos continuar fazendo, é algo essencial para melhorar a nossa sociedade.
Confira também o texto da Jornal Jr. sobre a igualdade feminina no mercado de trabalho!
Compartilhe o nosso conteúdo: