
Por Raquel Mezavila Xavier
A Black Friday, tradicionalmente comemorada após o feriado de Thanksgiving (dia de Ação de Graças), marca o início das compras de final de ano e é lembrada pelos grandes descontos em qualquer tipo de produto. Nasceu nos Estados Unidos e hoje domina o mundo todo no meio dos consumidores e lojistas.
As “Black Fridays” mais esperadas no Brasil geralmente envolvem grandes redes de varejo e produtos de categorias específicas, como eletrônicos e eletrodomésticos, que costumam ter descontos significativos, como a Amazon, Mercado Livre, entre outros. A data oficial da Black Friday em 2025 é 28 de novembro.
Atualmente, a Black Friday é usada por lojistas de todo o mundo para implementar estratégias e atrair clientes, algumas aumentam o horário de funcionamento da loja, outras anunciam informações dos descontos com antecedência, cupons de desconto também são algumas das estratégias.
Para entender um pouco mais sobre esse dia tão importante no mundo do comércio, e problematizar também algumas circunstâncias, continue lendo para ficar por dentro de tudo!

O termo Black Friday, antes de estar ligado a um dos maiores dias de compras do mundo, se referia a outras coisas. A primeira vez que o termo foi utilizado foi em 24 de setembro de 1869 com o desastre do mercado de ações, quando Jay Gould e James Fisk, tentaram de uma forma ilegal encurralar o mercado de ouro na Bolsa de Valores com o objetivo de fazer o preço do ouro subir e assim enriquecerem, mas o golpe não deu certo.
O termo ganhou popularidade de fato na Filadélfia exclusivamente até os anos 1980. Esse fato se dá por conta dos policiais, que usavam o termo para se referir ao trânsito causado pelos consumidores no dia antes do Thanksgiving.
É necessário notar que, historicamente, o termo teve um teor racista, “O adjetivo negro foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades”, afirma o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com.
EMPRESÁRIOS E CONSUMIDORES

Também é necessário mostrar os números que a Black Friday causa em novembro. Em 2025 se projeta que movimentará R$13,3 bilhões no e-commerce, o qual ganhou força com a pandemia de covid-19. Esse dado é segundo a projeção da Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (ABIACOM). O valor representa um crescimento de 14,7% em relação a 2024, quando o faturamento foi de R$11,63 bilhões.
Destaca-se a importância do empresário se planejar para essa data, para que os descontos sejam estratégicos e baseados no estudo de seus consumidores. É a oportunidade de aumentar o volume de vendas e atrair novos clientes para o seu comércio. A Black Friday é o momento ideal para os lojistas saírem do vermelho e equilibrarem a saúde financeira do negócio.
Já para o consumidor, o equilíbrio é essencial nessa época. Muitas marcas costumam fazer um “esquenta” da Black Friday, de maneira que, durante o mês de novembro inteiro, é dado um “gostinho” do que serão os descontos no grande dia. Essa é uma estratégia interessante, mas é necessário que o consumidor não compre por impulso e defina seus gastos, para economizar e não se comprometer com dívidas.
CONSUMO EXCESSIVO NA BLACK FRIDAY

É interessante ressaltar o perigo do consumo excessivo nesta data, pois os grandes descontos e o estímulo, principalmente dos anúncios e do algoritmo, reforçam essa “necessidade” de comprar de uma maneira impulsiva.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), somente 21,8% dos brasileiros são considerados consumidores conscientes. Esse é um dado preocupante, pois a educação financeira deve estar presente na vida das pessoas, não somente para a economia de dinheiro, mas como para a redução da produção de lixo.
Por isso é necessário ressaltar que essa data deve ser vivida conscientemente, de modo que a economia que os descontos trarão não sejam desperdiçadas com o consumo desnecessário, que contribui com uma maior produção de lixo no país.
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