A NFL (National Football League), liga americana de futebol americano, dá uma aula em qualquer outra organização esportiva quando se trata de marketing e divulgação. Além do esporte, mistura entretenimento e música, criando um ambiente especial e único para cada jogo.
A liga é considerada um case de sucesso no marketing esportivo, pois ela conseguiu sair de seu próprio local e atingir vários tipos de público, não apenas os amantes do esporte.
A final do campeonato e seus comerciais
Um dos principais fatores foi a grande audiência da final do campeonato, o Super Bowl, que é a maior na TV americana dentre todos os esportes.
O “Super Bowl” cria uma expectativa não só por ser o jogo que consagra o campeão, mas também pelos shows do intervalo, que já foram apresentados por lendas da música como Michael Jackson, Beyoncé e Rolling Stones, e pelos intervalos comerciais, que são os mais caros do mundo.
De acordo com a Forbes, é o evento mais valioso do mundo devido aos preços das propagandas. Em 2019, por exemplo, os 30 segundos de comercial no Super Bowl custaram 5,2 milhões de dólares.
O total de receita gerada pelo evento foi de 500 milhões de dólares, sendo 80 milhões só na venda de ingressos e o restante na venda dos direitos de transmissão e intervalos comerciais.
Por mais que sejam preços absurdos, são gastos que realmente valem a pena, tanto para quem assistir presencialmente quanto para quem assistir em uma televisão.
Os conteúdos produzidos pelas empresas que pagaram para terem seu comercial no Super Bowl não passam apenas durante a transmissão, eles também estão disponíveis nas próprias plataformas de streaming.
Juntamente com o alcance que se tem na televisão e nas plataformas de streaming, também vale ressaltar o importante papel das redes sociais, que movimentam muitas interações e comentários, tanto antes quanto durante os jogos, sendo o Twitter a maior rede social nesse quesito.
Uma tradição das propagandas da NFL é a capacidade de contar histórias e emocionar a audiência, ou seja, possuem um Storytelling muito bem construído.
Há a participação de atores e músicos conhecidos, tornando a exposição muito mais atrativa e diversificada, que é exatamente o que a NFL pretende para a transmissão de sua grande final.
Tempo como uma vantagem
Uma vantagem que favorece o lado do futebol americano em relação aos outros eventos esportivos de grande porte é o tempo de duração do evento.
Enquanto a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, por exemplo, têm um intervalo de duração de 15 a 30 dias, a NFL e, mais precisamente, o Super Bowl, precisam prender a atenção do público por apenas 1 dia.
Isso potencializa o Marketing, uma vez que todo o foco da mídia americana vai estar voltado para um único palco de apresentação.
Exposição e globalização da marca
Outro grande fator do marketing feito pela NFL é a espetacularização de seus eventos e a sua organização com os jogos. Desde o draft – escolha de jogadores das universidades – até as finais de conferência, as datas são planejadas para serem momentos de consumo do público.
Assim, após a divulgação do calendário da temporada, os espectadores ficam muito mais ansiosos para essas datas e até mesmo para que possam estar presentes presencialmente.
Em relação a organização, é importante destacar que os jogos só ocorrem em 3 dias da semana, sendo eles: quinta-feira, domingo e segunda-feira.
Na intenção de torná-los mais atrativos ao público e aos comerciais, a liga resolveu nomeá-los para terem maior importância e estabelecerem uma “marca própria”, que condiz com os horários nobres da televisão americana.
Expansão para outros públicos
Porém, mesmo com esses grandiosos horários, a NFL vê que a sua audiência está diminuindo, pois, a cada ano, necessita inovar mais ainda, já que a própria liga colocou um alto padrão em suas apresentações.
Para Eduardo Baraldi, CEO da Octagon Brasil, a tendência é de que o Super Bowl vá, aos poucos, perdendo boa parte das pessoas que acompanham por puro entretenimento, pois estes estão migrando para outros conteúdos e experiências.
Gradualmente, haverá a necessidade de explorar os novos mercados que estão em ascensão no consumo do futebol americano, como o México e o Brasil.
Portanto, a NFL precisará abrir as portas para outros países que a consomem, como Brasil e México, para continuar no topo de transmissões. Quanto mais pessoas assistindo, maior é o valor dos comerciais.
Não é equivocado investir em mercados que não estamos habituados, isto significa olhar para novos horizontes, visando não ter a sua marca estagnada e concentrada em apenas um local.
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**texto escrito por Gabriel Almeida e Pedro Dantas
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