O Brasil é um dos países com o maior número de comunidades e periferias do mundo. A comunidade da Rocinha, por exemplo, localizada no Rio de Janeiro, está em nono lugar no ranking de maiores favelas do mundo, tendo aproximadamente 69 mil habitantes.
Por serem lugares afastados dos grandes centros e com uma concentração muito grande de moradores, as periferias acabam se tornando uma nova “cidade”, com os seus próprios costumes, leis e formas de se fazer negócios.
Muitas vezes, grandes empresas acabam tendo uma visão elitista em como direcionar as suas campanhas de marketing, sempre dando ênfase às classes sociais com poder aquisitivo mais alto. Porém, estudos indicam que existe uma enorme força de mercado na periferia.
As comunidades no Rio de Janeiro detém um poder aquisitivo anual de 2,5 bilhões de reais, o mercado de baixa renda para bens e serviços envolve 87% da população e o seu potencial de vendas é próximo a 500 bilhões.
Com toda essa potência, foi se criando um movimento de adesão de grandes indústrias, já consolidadas no mercado, ao mercado periférico, obtendo um enorme sucesso, ampliando e melhorando o alcance até as classes mais ricas.
A força empreendedora
Além de uma potência consumidora, há também um forte empreendedorismo nas periferias. Muitos moradores destes locais desejam abrir seus próprios negócios e torná-los prósperos, ou seja, há oportunidades de mercados de sucesso.
As segmentações de interesses e geolocalização promovem uma maior assertividade quanto ao público. Dessa forma é possível entregar conteúdos relevantes que contemplem essas especificidades.
Um exemplo de case de sucesso é o de Karine Santos, fundadora da “Wakanda”, um negócio de impacto social que traduz o empreendedorismo tradicional para uma linguagem informal e regional. Atende sobretudo empreendedores que começaram na atividade por subsistência, demonstrado no contexto da periferia.

A ideia principal do negócio é atender as pessoas que já têm o conhecimento de como empreender, mas precisam de um auxílio para transformar o seu conteúdo e sua linguagem.
A iniciativa da dona do “Wakanda” foi a realização de um curso para ensinar de forma simples e prática os conhecimentos sobre empreendedorismo em uma linguagem que a população das periferias compreende melhor.
Visão social
Esse processo evidencia, com o passar dos anos, um aumento nas taxas de acesso à informação por parte da população. Porém, infelizmente, muitos moradores das grandes comunidades espalhadas pelo Brasil ainda continuam sendo marginalizados e segregados pela sociedade, que não consegue enxergar o estrondoso potencial que essas pessoas possuem.
É necessário que haja uma conscientização de boa parte da sociedade brasileira, para que ela veja que as pessoas residentes em periferias, em sua maioria, são pessoas honestas, inteligentes e trabalhadoras. E mesmo com menos recursos, conseguem se reinventar e transformar a sua realidade por meio do empreendedorismo.
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Por: João Pedro Vaz e Juliana Marques, Jornal Jr – UNESP Bauru.
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