É Setembro Amarelo, mas infelizmente, segundo a Organização Mundial da Saúde, no Brasil houve um aumento de 7% em seis anos (de 2010 a 2016) na taxa de pessoas que tiram a própria vida. O suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 14 a 24 anos em países de baixa e média renda.
O amarelo vem do Mustang
Em 1994, Mike Emme, um jovem de 17 anos se suicidou. Os pais, Dale e Darlene Emme, e as outras pessoas que conviviam com o garoto, infelizmente, não conseguiram perceber os sinais que ele apresentava.
Mike possuía habilidades em mecânica e, inclusive, restaurou um Mustang 68 sozinho e o pintou todo de amarelo. O jovem tinha tanto carinho pelo automóvel, que o carro passou a ser conhecido como “Mustang Mike”.
No dia do seu funeral fizeram uma cesta de cartões amarrados por fitas amarelas que tinha a seguinte mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. Essa inciativa se espalhou pelos Estados Unidos e a fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva as pessoas que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.
Anos depois, em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e também adotaram a cor do Mustang Mike, como representante.
Conscientização durante o mês todo
No Brasil, desde 2015, além do dia 10, todo o mês de setembro é dedicado a prevenção do suicídio. A campanha Setembro Amarelo foi idealizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federação de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
A ideia é utilizar a cor nos mais diversos lugares para não deixar que a causa seja esquecida e para dar mais visibilidade a esse assunto que é tão negligenciado, porém muito importante.
O objetivo é romper com tabus acerca do tema promovendo diálogos, conscientizando e orientando as pessoas a ouvir e a falar abertamente sobre suicídio, pois é um tema que não pode ser tratado de maneira leviana, pois é uma questão de saúde pública.
![](http://jornaljr2.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2019/09/Setembro-amarelo-img-2-1-1024x680.jpg)
Dados preocupantes
No mundo, um suicídio ocorre a cada 40 segundos. O Brasil é o oitavo país com a maior taxa de suicídio: a cada 45 minutos uma pessoa tira a própria vida, em sua maioria jovens de 15 a 29 anos e idosos acima de 75 anos. Esses dados são preocupantes, e a Organização Mundial da Saúde tem dado alertas para o Brasil, em relação ao crescimento das taxas dessas mortes.
Cerca de 97% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias. De acordo com a OMS, 90% dos casos poderiam ter sido evitados se houvessem mais debates sobre o suicídio.
A vontade de tirar a própria vida surge devido a problemas que interferem na saúde mental da pessoa, portanto o assunto deve ser tratado como um problema de saúde, incentivando campanhas e debates públicos sobre o que é, quais os sintomas, como e onde procurar ajuda. Assim como é feita a prevenção para qualquer outro tipo de doença.
![setembro amarelo](http://jornaljr2.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2019/09/Setembro-amarelo-img-3-1024x683.jpg)
Como reconhecer?
Apesar de cada caso de suicídio ser por motivações diferentes, existem alguns sinais que podem ser identificados nas pessoas que estão pensando em tirar a própria vida. De acordo com o Ministério da Saúde, estão entre eles:
- Isolamento
- Preocupação com a sua própria morte ou falta de esperança
- Expressão de ideias ou de intenções suicidas
- Comentários do tipo “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “queria poder dormir e nunca mais acordar”, “é inútil tentar fazer algo para mudar, só quero me matar” não devem ser ignorados.
- Perder o emprego, passar por crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, conflitos familiares, agressões físicas e/ou psicológicas, sofrimento no trabalho, perder um ente querido, entre outros.
Identifiquei sinais de risco, e agora?
Além de saber identificar, é importante saber o que fazer diante de uma pessoa que está sob risco de suicídio. O Ministério da Saúde recomenda:
- Encontrar um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe bem claro que você está lá para ouvir, de mente aberta e dando seu apoio.
- Incentivar a pessoa a procurar ajuda de profissionais de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
- Não deixe a pessoa sozinha se você acredita que ela esteja em perigo imediato. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde e entre em contato com alguém de confiança da própria pessoa.
- Se você mora com a pessoa em risco, evite que ele(a) tenha acesso a meios de provocar a própria morte, como: armas de fogo, pesticidas ou medicamentos em casa.
- Mantenha o contato para saber como a pessoa está passando, se sentindo e o que está fazendo.
![](http://jornaljr2.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2019/09/minsaude-788x1024.png)
Além disso, é interessante conhecer melhor o Centro de Valorização da Vida, uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como Utilidade Pública Federal desde 1973.
O CVV organiza campanhas para o setembro amarelo e presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio para todas as pessoas que precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. Basta discar 188, entrar em contato pelo site ou procurar a unidade física mais próxima. Saiba mais sobre os atendimentos em: https://www.cvv.org.br/.
A Campanha do Setembro Amarelo tem tido resultados positivos desde sua criação, pois foca na educação e no diálogo como forma de prevenção. Falar sobre suicídio é necessário, pois deixar os paradigmas de lado e ter acesso a informação é fundamental e pode salvar vidas.
![](http://localhost/jornal_jr/wp-content/uploads/2019/09/balão-cvv.jpg)
Esse assunto deve ser discutido não só no Setembro Amarelo, mas durante o ano todo. Falem sobre suicídio, ouçam as pessoas com respeito, não menospreze a dor do próximo, ajude sempre que possível, se informe sobre os tipos assistências próximas a você e procure profissionais da área de saúde mental.
Toda vida importa, você não está sozinho, existem outras formas de superar o sofrimento. Vamos salvar vidas através do diálogo e da informação!
Compartilhe o nosso conteúdo:
Excelebte materia