Cinco dias para o final do mês. Uma data importante que as pessoas conversam sobre gênero. Não. Não é dia internacional da mulher. O dia 26 trata de um ponto específico: igualdade, palavra que se for olhada de relance é apenas uma paroxítona como outras, mas que dentro do mercado de trabalho, educação, política, organizações sociais e das artes, ela é a paroxítona que tumultua a vida das mulheres.
Em 26 de agosto é celebrado o dia em que as mulheres estadunidenses foram às urnas pela primeira vez em 1920, após um longo período de luta e resistência do movimento sufragista, composto por um conjunto de mulheres de diferentes classes sociais que ousaram bater de frente com as normas vigentes da época, em busca de alterações no convívio social e político. No Brasil, a população feminina obteve o direito ao voto em 1932.
A política, entretanto, não é o único setor da sociedade em que é possível enxergar disparidades de oportunidades entre os gêneros. Uma pesquisa feita pelo site de empregos Catho em 2018 aponta que a diferença salarial entre homens e mulheres chega a quase 53%. A mesma pesquisa ainda mostra que tal sobreposição salarial masculina é presente em todos os níveis de escolaridade analisados.
Essa discrepância se vista de forma macro, deixa o espaço social e passa a causar impacto diretamente na economia global. Foi isso que o McKinsey Global Institute (MGI) fez. Ao analisar 95 países, concluiu-se que se houvesse a plena equidade econômica entre homens e mulheres, 28 trilhões de dólares seriam adicionados a economia global até 2025. Tal quantia, no PIB global, produziria o acréscimo de um valor relativo às economias dos Estados Unidos e da China juntos.
Mesmo em meio a um cenário econômico preconceituoso e parcial, ainda pode-se encontrar mulheres que ousaram, assim como as sufragistas em 1920, romper com a normalidade imposta e desenvolver o próprio negócio. A coach de inteligência emocional, Ariane Mariuci, 45 anos, faz parte desse grupo de mulheres. Fundadora do Instituto Evolver Alta Performance, Ariane retornou ao mercado de trabalho após 15 anos dedicados apenas a criação das filhas e trabalha hoje engajando mulheres.
Ariane comenta que o mercado sofreu diversas transformações durante esses quinze anos. Segundo ela, é perceptível que hoje muitas mulheres são firmes quanto aos seus posicionamentos e que não se submetem aos absurdos impostos pela sociedade de mentalidade machista. Porém, a empreendedora ainda complementa que o caminho é longo pela frente até que o respeito, reconhecimento, relacionamentos sadios e harmoniosos sejam conquistados com excelência nos ambientes de trabalho.
Além da barreira imposta pelo mercado, outras são impostas à população feminina. O desestímulo vindo de estereótipos arcaicos e machistas, muitas vezes, impedem até que as mulheres cheguem a ocupar uma vaga de trabalho.
Sendo assim, o dia 26 surge como um espaço de debate além daqueles que devem ser incentivados nos outros dias do calendário no decorrer do ano, afinal a ausência de igualdade entre os gêneros impacta diretamente as mulheres, porém não é apenas uma luta feminina.
Como Ariane mesmo comentou durante a conversa, “igualdade feminina é ambos os sexos utilizarem seus cérebros para a construção de uma sociedade melhor, seja inserido em família, empresas ou comunidades em geral”.
Igualdade feminina no mercado de trabalho
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