Fernando Martins, atual jornalista do Ponte Jornalismo e da revista Trip, e Vinicius Martins, jornalista e fundador do Alma Preta, encerraram a noite do terceiro dia da Semana de Jornal 2017 com a palestra “O que vem depois da graduação?”, tratando do assunto e de jornalismo independente de forma dinâmica e próxima ao público, juntamente com as mediadoras Maria Gabriela e Hanna Queiroz.
As primeiras falas foram voltadas para o tempo de graduação de ambos e Vinicius ressaltou o quão fundamental foi o papel da faculdade em suas experiências, conhecimentos e oportunidades. “O que a gente faz na universidade determina muito nossos caminhos para fora dela”, comentou Fernando, quando recordou também toda a trajetória profissional que teve na Unesp, onde ambos se formaram em 2015.
O ponto de partida para o aprofundamento no tema da palestra foi apresentar ao público um pouco do trabalho de cada um. Vinicius comentou sobre o surgimento do Alma Preta, que teve suas raízes nas reflexões de colegas da faculdade e que vem se consolidando cada vez mais, tratando de questões raciais no Brasil.
Fernando comentou sobre a precarização da profissão nos dias atuais, e falou das problemáticas em ser contratado como “jornalista”. Porém, compartilhou a opinião de que o jornalismo não está em crise, e sim o seu modelo de negócio, que até os anos 90 era apenas baseado na publicidade.
Como alternativa, o palestrante apontou a esperança que o jornalismo independente traz, visto que é um formato de jornalismo impactante e livre(algo difícil de se fazer nos modelos tradicionais). É uma maneira de inverter a lógica jornalística usual, segundo ele, “fazer o jornalismo acontecer de verdade”.
Vinicius salientou que com o jornalismo independente é possível adotar novas visões nas matérias, ainda lidando com honestidade, objetividade, responsabilidade e ética. O jornalista ainda motivou o público a colocar em prática as ideias que cultivam, para que possam se concretizar após a graduação.
Durante a interação com o público, Fernando descreveu o jornalismo com três palavras: “vontade, polivalência e estudo” e afirmou acreditar no diferencial de dominar áreas que vão além do campo jornalístico (como edição de vídeos, comandar oficinas ou eventos). Vinicius também segue a mesma linha de raciocínio e acrescentou outra palavra, a “necessidade”.
Questionados sobre como trabalhar com direitos humanos, Vinicius garantiu que é necessário planejamento, insistência e coragem, principalmente quando for necessário lidar com orgão oficiais. Também foi colocado pelo público a contradição que pode surgir entre o jornalismo independente e a limitação de conteúdo dos veículos.
A linha tênue entre jornalismo e empreendedorismo foi um dos últimos assuntos a serem colocados e a palestra foi finalizada com uma das primeiras falas dos jornalistas na noite: “Não há como definir um único caminho a ser seguido após a graduação”.
Quarta palestra da Semana de Jornal 2017 aborda jornalismo independente
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