A arte como um todo é um círculo de oportunidades sem fim, na qual um simples deslocamento de forças, o menor dos movimentos, que seja, é capaz de tocar com tamanha profundidade aquele que a aprecia. Seja uma nota musical, um contorno de desenho, uma palavra, um balanço de dança ou um clique na câmera. As possibilidades são amplas e inigualáveis entre si. Fazer arte é mais do que simplesmente produzir ou executar algo que outra pessoa considere bonito. Fazer arte é fugir do real, sair do lugar-comum e vagar por sentimentos e emoções, com a autenticidade e originalidade de cada artista.
O ensaio fotográfico “O Corpo que Dança por Bauru”, feito pelo nosso fotógrafo das horas vagas João Pinheiro, retratou o artista Rafael Edgar dançando por diversos lugares da cidade de Bauru. Rafael, estudante de psicologia na Unesp, experimentou durante sua vida diversos tipos de fazer artístico, como o circo, a “contação” de histórias e a sua principal especialização: a dança.
Começou a investigar sozinho a trajetória que percebia no seu próprio corpo e a bagagem que dava contorno aos seus movimentos. Para isso, além de utilizar as variadas técnicas de dança que já havia tido contato, também contou com o auxílio da Psicologia de Carl Gustav Jung, psiquiatra Suíço. Edgar, como alguns o chamam, diz como a dança foi uma revolução em sua vida: “A dança me ensinou uma outra forma de ser, de estar. É estranho falar sobre minha relação com ela, pois parece que sempre fez parte de mim e sempre esteve disponível no meu corpo para que, num intervalo entre uma atividade e outra, pudesse me escapar em alguns movimentos”. Ele diz que não é apenas no palco que um artista como ele se encontra com a arte: “estamos juntos em todos os momentos, seja fazendo as tarefas de casa, cozinhando, ou até no ponto de ônibus. Certamente esse não é um relacionamento que cabe numa descrição, porque se as palavras conseguissem abarcar tudo eu não teria a necessidade que tenho de dançar”.
Rafael Edgar é atualmente professor de dança em Bauru e ao atuar para esse ensaio fotográfico e para o vídeo produzido pela Jornal Jr. sobre arte na rua, nosso dançarino demonstrou tanto amor e responsabilidade com sua profissão, transparecendo a leveza e a consistência dos movimentos desse “Corpo que Dança por Bauru”.