“Biblioteca Falada” é um projeto de extensão da UNESP que busca acessibilidade aos deficientes visuais
O projeto de extensão da UNESP, “Biblioteca Falada”, foi criado em 2004, pelo professor João Batista Chamadoira Neto. Em 2013, após o professor se aposentar, a professora Suely Maciel assumiu a posição de coordenadora. O projeto visa a “produção de mídia sonora acessível para pessoas com deficiência visual” e foi ampliado pela docente, para outros tipos de produção e para mais de uma entidade. Inicialmente, ele era direcionado somente ao Lar Escola Santa Luzia para Cegos. Hoje, continua atendendo a escola, porém também atende qualquer entidade ou pessoa que solicite.
A Equipe
Atualmente, a equipe é composta por em torno de 35 pessoas de todas as áreas, tanto de Comunicação quanto de outros cursos como Psicologia, Ciência da Computação e Engenharia. O foco do projeto é produzir mídia sonora acessível, desde narração de livros até documentários em áudio, materiais didáticos (transformação do material impresso ou digital para áudio), filmes e páginas no Facebook. A principal ferramenta utilizada pelo projeto é a audiodescrição, faixa narrativa que descreve de forma clara e objetiva informações compreendidas visualmente e que não estão contidas nos diálogos.
Suely durante a entrevista comenta que “O ‘Biblioteca Falada’ permite o exercício prático de algo que os alunos de Comunicação aprendem na teoria (locução, narração, roteirização). É um projeto que se preocupa com a inclusão das pessoas com deficiência visual por meio do oferecimento de mídia acessível, permitindo à ampliação do acesso dessas pessoas a informação cultural”.
Conversamos também com o aluno e coordenador do núcleo de audiodescrição, André Dal Corsi que nos contou sobre sua experiência no projeto. “A gente estuda muito audiodescrição porque no curso de Comunicação Social não temos essa matéria”. As disciplinas de rádio foram o que o incentivou a entrar no projeto pois, segundo ele, “o Biblioteca Falada tem muito o viés do áudio, de você fazer a pessoa com deficiência visual enxergar através do áudio”.
Para ele, o projeto também ensina a “tomar mais cuidado com as palavras”. O desenvolvimento da sensibilidade é importante para um projeto como esse. Além disso, “você aprende a entender como eles [pessoas com deficiência visual] enxergam e imaginam as coisas. Por exemplo, às vezes você vai fazer um roteiro de um filme e você tem que colocar que a pessoa é negra. Ai você pergunta, por que eu vou colocar isso no roteiro se a pessoa não enxerga? A pessoa não precisa enxergar. Ela sabe toda a questão social, o peso social e cultural.” Para André, o projeto é definido pela acessibilidade e pela empatia.
Você também pode encontrar o ‘Biblioteca Falada’ através do Facebook ou do email (bibliotecafalada@gmail.com).